6.8.06

Casamento

Em algum ponto distante da recente história do ser humano, alguém resolveu que estávamos evoluidos o suficiente para passar o resto de nossas vidas apenas com uma pessoa e assim, bang, estava criada a sagrada instituição do matrimônio.

Hoje, algumas dezenas de séculos depois dessa brilhante determinação divina, estava eu sentado num alvo banco, de mais uma cândida cerimônia de enlace. Ao som dos violinos e violoncelos, que entoavam a Marcha Nupcial saudando a entrada da noiva, não pude deixar de pensar em toda a liturgia que envolve o ritual do casamento: músicas, padrinhos, decoração, buquê, daminhas de honra, juíz de paz e tudo mais me pareceu, de alguma forma um grande teatro, encenado há milhares de anos para satisfazer pequenos caprichos de pessoas que muitas vezes nem têm tanto a ver com os noivos.

Longe de mim querer malfadar o casamento de hoje que, diga-se de passagem, é de um dos casais mais apaixonados que já conheci e que chegaram de fato ao altar, mas todo esse cerimonial, que por vezes mais parece um circo, montado apenas para prestar contas à sociedade, em moldes que nem de perto parecem se preocupar de fato com a felicidade dos noivos...

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